Seu namorado foi decapitado pelo Estado Islâmico. Para dar o troco, ele venceu o concurso Mr Gay Síria

“Somos mais que corpos a serem atirados do alto de uma torre.” Exilados na Turquia, gays sírios desafiam EI e utilizam a competição Mr Gay World para chamar atenção para seu sofrimento

por Marcio Caparica

Traduzido do artigo de Bel Hunter para o jornal The Daily Mail

Vestindo uma sunguinha apertada e orelhinhas da Minnie, Wissam chacoalha o que tem de melhor sobre um palco, na disputa pela coroa de Mr Síria 2016. Num gesto descarado e desafiador contra o Estado Islâmico, que já matou inúmeros gays atirando-os do alto de prédios da Síria, ele é um dos cinco homens que batalharam para tornarem-se os representantes públicos da comunidade LGBT desse país devastado pela guerra.

Cada competidor teve três minutos para mostrar a qualidade de suas performances na disputa pela cora de Mr Gay Síria. Wissam dançou de salto alto, enquanto outro competidor, William, exibiu o corpo sarado num strip-tease, recebido com gritos de aprovação pelo público do estabelecimento onde aconteceu a competição, no centro de Istambul.

“As músicas eram, em maior parte, canções pop cafonas árabes e turcas – os equivalentes de Kylie Minogue do mundo árabe”, lembra-se o fotógrafo britânico Bradley Secker, que documentou a competição. “A performance de Wissam parece exagerada, mas na verdade ele é muito bom, e apresentou uma dança maluca dominadora, batendo os pés com força.”

A maioria dos membros da plateia – que puderam votar em seu competidor favorito – são parte da comunidade LGBT árabe e encontrou refúgio na Turquia, relativamente mais liberal.

Hussein Sabat venceu a competição com um monólogo comovente sobre o sofrimento dos gays árabes. “Eu interpretei um personagem que conta para sua mãe, em seu túmulo, sobre as dificuldades de ser gay. Eu vestia calça e camiseta – era praticamente uma burca”, brincou, comparando seu figurino ao dos outros concorrentes seminus.

Hussein Sabat é coroado Mr Gay Síria.

Hussein Sabat é coroado Mr Gay Síria.

Sabat, de 24 anos, conhece o sofrimento e o terror do EI em primeira mão – seu primeiro namorado foi decapitado pelo grupo terrorista, e o vídeo da execução foi enviado para sua família e amigos. “Eu fiquei com o Zakaria por quatro anos, mas três anos atrás o EI cortou sua cabeça. Eles mandaram a gravação da execução para a família dele – a mãe dele quase enlouqueceu, e eu não consegui falar por um mês.” É, em parte, em memória de seu namorado que o cabeleireiro quer mostrar outro lado da comunidade de gays sírios à qual pertence. Sua família não sabe que ele é gay, afirma.

Sabat insitiu que tem mais ódio do que medo do grupo terrorista. “Quero mostrar que os gays sírios são mais que apenas corpos que o EI pode atirar do alto de torres; nós temos sonhos e ideias, e queremos viver nossas vidas. Claro que ficamos nervosos, mas também ficamos animados – todos nós queremos nos tornar o Mr. Gay Síria para fazer algo empoderador.”

Quando a ideia da competição surgiu, Sabat afirma que não pensava em competir. “Eu encontrei Mahmoud Hassino, o organizador, em nosso grupo de apoio LGBT – chamado “Shy wa Hakee” (Chá e Conversa) – e ele afirmou que nós devíamos envolver outros homens e tentar qualificar para o concurso Mr. Gay World.”

“Eu achava que seria apenas sobre a aparência, não pelo todo de cada competidor, então não queria entrar no concurso”, continua Sabat. “Mas então, três semanas depois, eu vi o formulário de inscrição no Facebook. Não sei por que, mas quando vi estava me inscrevendo.”

A fase seguinte foi uma severa entrevista feita pelos organizadores com cada um dos concorrentes, para que tivessem certeza de que eles aguentariam a pressão e o risco de tornarem-se alvos para ataques homofóbicos. “Eu disse que se a competição fosse um concurso de beleza, eu estava de saída, porque há muitos outros muito mais lindos que eu”, conta Sabat. “Mas eles disseram não, nós precisamos de alguém que seja capaz de falar.”

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No bairro cosmopolita de Beyoglu, e nas travessas da rua Istiklal, a principal via comercial, homossexuais e pessoas transgênero quase conseguem viver em paz. Mas mesmo aqui, onde há uma atitude comparativamente liberal, eles ainda são alvo de abusos preconceituosos. Nove meses atrás Sabat foi espancado tão gravemente que ficou sem conseguir abrir os olhos por um mês. Um grupo de agressores sírios e turcos atacou-o quando ele voltava do trabalho.

“Eu estava falando no telefone com meu namorado, e um sírio escutou minha conversa”, recorda-se. Ele me chamou de viado, e eu cometi o erro de responder. Eu perguntei, ‘de onde é que você me conhece?’, e ele retrucou ‘você é sírio, e está envergonhando nós todos’.”

O agressor então lhe deu um soco no rosto e outro no estômago, e então arrastou-o para um carro com a ajuda de um cúmplice turco. “Eles iam me raptar, foi aterrorizante”, relata. “Mesmo em Istambul a liberdade não é completa.” Por sorte, um outro carro distraiu os agressores, e Sabat conseguiu escapar. São ataques como esses que o fazem recordar que, apesar de viver sua sexualidade mais abertamente na Turquia que na Síria, ele ainda não está completamente seguro.

Como a maioria dos gays sírios, Sabat vive uma vida dupla – mantendo uma fachada para familiares e amigos. “Eu estou acostumado a ter uma vida dupla, mas é muito difícil. Quem dera eu pudesse simplesmente ser eu mesmo. É muito difícil viver a própria vida fora, e ter que manter a fachada em casa. Eu só quero poder ser eu mesmo e não perder ninguém, e conheci mais gays em Istambul e consegui me aceitar. A situação na Síria era pior, porque eu tinha que vestir uma máscara o tempo todo – mas em Istambul eu pelo menos posso ser eu mesmo quando não estou em casa. Antes eu tinha que carregar a máscara a vida inteira – eu queria vesti-la e não vivia sem ela.”

E, apesar de ter sido coroado Mr. Gay Síria, ele esconde sua sexualidade de seus pais, com quem vive em Istambul. “Eles não falam inglês e minha família não se conecta a websites ou outras mídias do Ocidente, então não tenho medo que eles descubram por esses meios”, explica Sabat. “Qualquer um na minha situação teria medo, e eu não estou preparado para perder minha família por qualquer motivo. Mas eles vão descobrir isso um dia, e eu torço para que eles descubram isso por meio de um estranho, não por mim. Eu torço para que eu esteja bem longe daqui quando eles descobrirem – seria muito melhor se eu estivesse na Europa.  Se eles descobrirem eu vou ter que mentir para eles, eles não vão acreditar e vão me levar para um médico ou para um xeique para ‘receber tratamento’, mas se eu insistir que sou gay, eles vão me expulsar de casa.”

As consequências para outros gays sírios são bem piores, o que fica evidente no barbarismo de inúmeros vídeos “juízes” do Estado Islâmico atirando do alto de prédios homens acusados de serem homosexuais. Se eles sobrevivem à queda – em geral, perante uma multidão barulhenta de homens e garotos – o condenado é apedrejado até morrer.

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Sabat fugiu da Síria há dois ano, quando o Estado Islâmico começou a bombardear ao redor de sua cidade natal, Afrin, no norte de Aleppo. Mas ele já havia vivido uma tragédia. Sabat conheceu seu primeiro namorado por meio de um amigo em comum, num café, quando tinha apenas 17 anos. Zakaria era alguns anos mais velho, e o casal trocava olhares furtivos, flertando timidamente para tentar descobrir se o outro também era gay. “Eu fiquei com Zakaria por quatro anos, mas há três anos ele foi decapitado pelo Estado Islâmico. Eles mandaram um vídeo da execução para sua família. Eu não sei se foi porque ele era gay – eles não explicaram por que ele foi morto. Ninguém sabe”, lamenta.

A perseguição contra gays na Síria é uma das grandes razões por que Sabat teve a coragem de se arriscar a falar publicamente em prol da comunidade LGBT árabe. “Todos têm medo do Estado Islâmico, mas isso não vai me impedir de viver minha vida. Eu não vou deixar que sejam uma barreira.”

Para Sabat e os outros participantes, a competição foi uma oportunidade para realizar algo positivo. O fotógrafo Bradley Secker conta como foi o evento: “Todos estavam muito nervosos no início – até mesmo as quase 50 pessoas que vieram assistir. As pessoas estavam felizes por fazerem algo positivo pela comunidade, ao invés de ficar falando sobre ataques e problemas LGBT. Todos se divertiram muito. Foi muito engraçado, mas os competidores levaram tudo muito a sério. Eles deram apoio uns aos outros, como irmãos.” Mas o concurso também tem seu lado sério: tanto os organizadores como Sabat estão fazendo campanha para que mais refugiados sírios gays consigam asilo na Europa.

A alegria de Sabat por vencer a competição durou pouco: não lhe foi concedido o visto para viajar até Malta e representar a Síria no concurso Mr. Gay World. “Minha felicidade não foi completa”, lamenta. “Ganhei um título maravilhoso, mas então descobri, no dia do meu aniversário, que meu visto havia sido negado.” O vencedor estava com o voo marcado para o dia seguinte, e já havia se preparado para o grande dia, quando, esperavam, poderia chamar atenção para o sofrimento dos refugiados gays sírios. O organizador do Mr Gay Síria, Mahmoud Hassino, relutou em substituir Sabat, mas estava decidido a fazer com que seu país tivesse um representante na competição. Hassino fez o melhor que pôde, mas desistiu no terceiro dia, pois não quis participar da competição em trajes de banho. “Hassino foi como representante de todos os sírios, mas desistiu no terceiro dia porque não achava que aquilo era para ele – ele é um porta-voz, essa não é sua maneira de fazer ativismo”, explica Secker. “Todos os outros competidores do Mr Gay World lhe deram muito apoio.”

Todos os outros competidores do Mr Gay Síria permanecem em Istambul, com exceção de um, que conseguiu fugir para a Grécia. Sabat afirma que pretende passar o ano lutando pelos direitos LGBT na Síria e em outros lugares. “Nós precisamos viver nossa sexualidade mais publicamente, para que possamos exigir nossos direitos”, insiste. “Eu não posso dar muitos conselhos, porque muitos não têm como sair da Síria. Acho que nós teríamos servido de inspiração para essas pessoas se tivéssemos conseguido ir à final em Malta, mas agora… não sei.”

Sabat (centro) com seus amigos em um encontro do grupo de apoio LGBT "Chá e Conversa"

Sabat (centro) com seus amigos em um encontro do grupo de apoio LGBT “Chá e Conversa”

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35 comentários

Bruno Oliveira

Marcio Caparica, preciso de conselho se puder me ajudar? Sou gay, mas me sinto culpado por ser gay me sinto sujo… eu tentei várias deixar de ser gay….quero ser hétero ou ser assexualdo, mas não consigo me sinto mal por gostar de homens.. tenho depressão..o que eu faço?

Vanessa Storck

Querido Bruno, esse conflito sexual que vc criou dentro de vc é sério, porém muito desnecessário. Acredito que ser gay não tem nada de vergonhoso, de sujo ou deplorável. Infelizmente sabemos da cultura sim suja e deplorável do preconceito, mas não se julgue, não se condene, não se cobre tanto. Tds nós uma vez na vida já vivemos de alguma forma algum tipo de conflito, e te digo ele vem pra nos ajudar a nos aceitar como somos, a nos impulsionar ao autoconhecimento, a evoluirmos nosso ser e nossa forma de pensar. Acredite, vc é obra de Deus como eu hétero, como o outro bissexual, ou o outro transgêneros… Vc deveria procurar um psicólogo, ele te ajudará muito com sua aceitação, não tem nada de errado…anjos são bi, dizem que são axessuados mentira. Então cabe a vc sim ter sua escolha sem se culpar, se cobrar e se julgar. O sofrimento é opcional a dor é consequência. Cuide-se querido. Deus te abençoe…

Ana Paula Guimarães

Fico revoltada quando vejo dentro de grupos oprimidos se reproduzindo preconceitos
Negro reproduzindo racismo
Gay reproduzindo homofóbia
mulher reproduzindo machsimo

Simone de Beauvoir
“O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.”

Roberto Santos

Olá Marcio,
Parabéns pela matéria.
Eu vivi na Turquia em 2008 e realmente o depoimento deixado pelo vencedor do concurso é real e verdadeiro!
Por eu ser homossexual, o que realmente me salvou foi por ser artista dançarino, por trabalhar com show brasileiro e estar sob a custodia de um empresário. Durante o tempo que fiquei por lá, minha vida resumiu-se somente ao trabalho em resorts, casas de show e países próximos. E somente saia nos dias de folga com meu tutor ou pelas redondezas. A discrição era lema em todos os lugares que eu frequentava,Com isso, voltei para o Brasil sem nenhum problema. Mas a violência contra gays é fato real na Turquia.
E você tem alguma relação com os países do Oriente. Seus traços são semelhantes.
Grande beijo!

Karen viviane

Não há mais razão dessa discussão toda. Hoje o difícil é encontrar um homem que não seja gay. Enquanto vocês se unem para defender o que já é defendido por lei, afinal vocês são homens e homens podemais tudo na nossa sociedade patriarcal, mulheres ainda estao sendo estupradas. Tomara que todos os homens virem gays. Só assim viveremos em paz.

Thiago Aquino

Sou outro que concorda com vc Alysson. Atitudes como a desse cara apenas endossa o comportamento preconceituoso, homofónicas e heteronormativo. Não só não ajuda em nada como atrapalha (e mto). Amanhã por exemplo é dia de parada gay. NÃO ME REPRESENTAM, NEM NUNCA ME REPRESENTARAM, bem pelo contrário. Diria que me PREJUDICAM. Uma pena!

Flávio Justino

Eu espero que um dia, após tanta luta, ainda possa haver paz naquelas terras. É cruel ver tanta gente perseguida por ser o que é. A crueldade que é jogar gays de prédios e apedreja-los. Sabat é um exemplo de superação. Perdeu seu namorado e decidiu enfrentar um dos grupos mais perigosos da Terra. Quantos que se dizem “machos” teriam esta coragem? Esta força? Parabéns a todos os envolvidos e em especial a Sabat que ainda se negou a desfilar em roupas mais eróticas. Ele tentou levar seu estilo do início ao fim.

Espero que tenha um final feliz. E se sua família for fundamentalista e lhe largar, ele um dia saberá que esta comunidade LGBTS que ele hoje representa verá nele sempre alguém da família.

O amor deve sempre vencer o medo e o ódio!

Araujo

Muita gente usa mais as maos para fazer justice com os Gays , duque a propria cabeca para pensar , se e que tem. Oque eu quero dizer e muito simples… Se algum te dizer que ser gay e senvergonha , entao vc responde dessa forma ….Ninguem escolheu para ser gay , como ninguem escolheu para ser, POBRE, PRETO, BRACO Ou VIVER EM FAVELA ..Vc ja nasce com isso .

Rafael Romão Vieira

Alysson…vc deve ser muito triste. Senti pena de vc lendo seus comentários.

Emanoel

Todos somos seres humanos e estamos aqui em missão, passaremos um tempo, somente um tempo. Aceitar , amar o difernte é uma dessas missões, se não a mais importante. O homem pode crescer, ter conquistas maravilhosas na ciência, mas não se desenvolvera se não aprender a respeitar as diferenças.

Denise S. Nascimento

Esse mundo está um horror. O ser humano se reduziu a nada e parece que disputa força com Deus. Quem somos nós para julgar uns aos outros? Cada um tem o direito de ter suas escolhas. Às vezes tenho vergonha dos meus semelhantes que matam por nada hoje em dia. E quando não matam,pisam nas pessoas, as humilham. Na verdade, impera no mundo uma nova e enorme onda de intolerância e o desrespeito. A cada ciclo aparecem idéias piores, horrendas. Tenho meus amigos gays a quem tenho grande amor. São pessoas com sentimentos, inteligência, erros e acertos, são pessoas com alma. São igualmente filhos de Deus e, assim somos todos irmãos .Não há o que discutir.

Romildo

Gostei dessa discussão entre Gays. Vcs são muito inteligentes e discutem em alto nível com excessão de alguns mais exaltados. Exemplo a ser copiado.

Alysson

Puxa, que grande exemplo de superação! Só que não! Então ele combate o preconceito mostrando somente o corpo e parecendo ser bem promíscuo? Depois tem gays que não entendem por que grande parte de nós não faz a menor questão de ser assim, de não participar de parada ou qualquer tipo de exposição desnecessária!

Marcio Caparica

1. Provavelmente você não leu a matéria com atenção, mas o escolhido para Mr Gay Síria foi o que menos expôs o corpo. 2. O que não desmerece em nada os que expuseram, pois todos foram igualmente corajosos ao fazer esse gesto que coloca em risco suas vidas. 3. Ser promíscuo não é melhor nem pior que ser monogâmico. Quem quiser sair com muita gente, saia; quem não quiser, não saia. 4. É graças a esse tipo de “exposição desnecessária” que gays como você podem se casar e ter todos os direitos garantidos; sem “exposição desnecessária”, nenhum dos direitos dos LGBTs teria sido conquistado.

Luan Ernica

Bobagem, Sr. Militante. Direitos existem graças a conquistas INDIVIDUAIS e ao ordenamento jurídico que progrediu independentemente de qualquer militância. Na Venezuela, Cuba e até em UGANDA existe militância, no entanto, não há direito algum por lá. Portanto, não ninguém deve nada a ativista chato algum.

Marcio Caparica

O ordenamento jurídico não progrediu independentemente de qualquer militância – como o poder jurídico poderia se preocupar com problemas que não chegam a seus ouvidos? Se o poder jurídico ouviu, foi porque a militância fez com que compreendessem que a questão LGBT é uma questão de direitos humanos. E a militância em Cuba vem obtendo resultados: http://ladobi.com.br/2015/06/mariela-castro-cuba-lgbt/, assim como na Venezuela: http://ladobi.com.br/episodios/venezuela/

Alysson

Então, mas eu não me sinto nem um pouco contemplado por poder casar, aliás é algo que nunca passou pela minha cabeça, então não tenho que me ajoelhar e agradecer aos militantes chatos e politicamente corretos que querem sim dizer como podemos ou não viver ou agir, e quanto aos gays que dão a cara a tapa na rua, acho que fazem o contrário, dão uma imagem negativa a maioria dos gays, quando saí do armário, minha família achou que eu ia me vestir de mulher, rebolar e fazer banheirão, que ia ser o gay que não podia ver homem que já ia querer dar para ele, que eu iria ter AIDS e todo tipo de estereotipo cercando gays, mesmo eu nunca tendo demonstrado esses comportamentos, demorou para perceberem que eu sou o mesmo que sempre fui, discreto, na minha, monogâmico e um homem normal! Acho que essa militância que quer esfregar na cara de todos que gay é isso ou aquilo acaba tendo um efeito contrário, parece que acaba se tornando uma imposição, você tem que ser liberal, você tem que isso ou aquilo, e os que normalmente não se interessam por esse tipo de vida são criticados.

Marcelo Pereira

Obrigado, Marcio, por nos apresentar pessoas que, com suas atitudes e coragem, incomodam o status quo homofóbico e lutam por todos nós! Se não fossem os ativistas, nós nem poderíamos estar aqui falando sobre nossas vidas!

Laércio

Alysson, fico espantado com a capacidade de distorcer os fatos !!! Ainda que o rapaz usasse o corpo ou o comportamento para sinalizar a barbárie que de fato existe por lá !!! Seria uma demonstração de coragem !!! Desnecessário e descabido é esse seu comentário, ignorante e estúpido. É cômodo viver num país onde os políticos põe dinheiro na cueca, se corrompem por dinheiro, onde a impunidade exerce sua face de forma descarada e vc como cidadão discreto e limitado, faz questão de assistir de carteirinha o que os que tem coragem de agir, construir e conquistar algum direito mínimo pra você !!! Vc provavelmente nem tem história de vida, devia aprender um pouco mais com o que vê. Você, não nos representa então não nos inclua nesse “grande parte de nós”… não existe conquista sem exposição, seja ela de qualquer natureza…cresça um pouco rapaz e respeite sua classe.

Alysson

Então cara, eu tenho direito a minha opinião e não me sinto representado pela comunidade LGBT, acho engraçado os militantes criticarem tanto os gays Barbie, que são vazios, só pensam no corpo, só se relacionam com os iguais, mas quando um gay se expõe mostrando que é só corpo, só sexo, o povo hipócrita aplaude! Você não me conhece para dizer como sou ou deixo de ser, e não é por que sou um homem gay que sou obrigado a concordar com tudo da militância, discordo veemente de muitos pontos, e tem mais, esse tipo de coisa é um retrocesso e mostra só gays estereotipados, hiper sexualizados e promíscuos.

Ed

Você tem o direito de ser como quiser. Encubado ou escrachado; macho ou bichinha; másculo ou feminino; inteligente ou um total imbecil. Pelo jeito, suas escolhas já foram bem feitas. Ou talvez você tenha nascido como é. De qualquer forma, meus parabéns.

Rodrigo

Mas que coisa feia esse rapaz ter preconceito com a própria classe. Lutou para ser entendido pela própria família, porém, não consegue entender os colegas que tem a personalidade um pouco diferente. Se é que se pode chamar os gays mais “afetados” assim, existem pessoas de qualquer gênero que se comportam assim! A sociedade vê isso como o esteriotipo do gay, justamente porque os ditos discretos se escondem e deixam de ser conhecidos pela mesma. Mais ainda, criticam os próprios gays. São piores que os homofóbicos.

pauloamuniz

Suas argumentações são, no meu ponto de vista, sucintas e válidas como reflexão para a comunidade LGBT. Partilho da mesma visão que a sua. Obrigado por compartilha-la.

Roberson

Cara, custa respeitar as pessoas como elas são? Eu também levo uma vida “discreta” como você diz. Não me escondo, mas também não me exponho. E nem por isso eu me sinto superior ou melhor do que aqueles que se expõe. Já fui como você, achava ridículo e desnecessário um gay ter trejeitos femininos. Mas finalmente aprendi que cada um leva a vida que lhe faz feliz! Brigar para que todos os LGBT tenham um comportamento mais “discreto” é como se um cara negro, brigasse pra ser chamado de “moreno”. É sem sentindo!

Rogério

Alysson…garanto que pessoas como você serão muito mais respeitadas. Parabéns pela sua posição de ser IGUAL sem querer impor isso a ninguém. Eu sou o Alysson e pronto !! A sua postura traz igualdade.

Ricardo

Triste ver o preconceito de um homossexual (pressuponho que você seja gay) contra outro. Não bastasse o título da matéria ser mentiroso, pois o rapaz não se tornou Mr. Gay por VINGANÇA, mas o fez para dar visibilidade à causa dos homossexuais, ainda somos brindados com seusccomentários preconceituosos. Deixa te explicar uma coisa: CADA UM FAZ O QUE QUER DA SUA VIDA, É DIREITO DE CADA UM SER PROMÍSCUO, EXIBIDO, AFEMINADO, o que quiser ser. DESNECESSÁRIA É TUA FALA, DESNECESSÁRIA, PRECONCEITUOSA E SOBRETUDO BURRA. POUCO SE ME DÁ SE VOCÊ QUER PARTICIPAR DE PARADAS OU NÃO. LAMENTÁVEL TUA POSTURA.

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